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Estrangeiro

Alegre Corrêa / Romy Martínez

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Estrangeiro é uma composição do violonista e arranjador gaúcho Alegre Corrêa. A música foi escrita nos anos 80, período em que ele conheceu e tornou-se amigo do acordeonista conterrâneo Luis Carlos Borges. 

 

Além de amigo querido, Luís Carlos Borges sempre teve muita proximidade com a música latino- americana. Um dos motivos é que o acordeom costuma ser muito utilizado para tocar chamamê, gênero musical amplamente difundido na Argentina, este por sua vez ligado culturalmente ao Paraguai e seu ritmo mais tradicional, a polca paraguaia. Da mesma forma, a proximidade geográfica do Rio Grande do Sul com os países vizinhos, também possibilitou que o acordeonista se aproximasse a este e outros gêneros musicais da região fronteiriça com a Argentina e Uruguai.

 

Sendo assim, foi natural que Borges apresentasse para Alegre algumas referências da música latino- americana. "Ficava muito tocado sempre que escutava músicas latino-americanas. Era uma experiência muito mais emocional e intuitiva do que racional", conta Alegre. 

 

A influência sinestésica dos ritmos, melodias e letras latino-americanas tocaram também a essência criativa de Alegre. A experiência foi frutífera e inspiradora e resultou, entre muitas criações, na composição "Estrangeiro". 

 

"Procurei prestar uma homenagem aos ritmos estrangeiros aos quais fui apresentado e tanto me identifiquei. Minha intenção era escrever um chamamê argentino", comenta o compositor. 

 

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Do acaso à parceria

 

Alegre é um músico acostumado a fazer parcerias com poetas e escritores em suas composições. Mas não havia encontrado alguém para escrever uma letra para "Estrangeiro". Deixou, então, a música guardada durante anos. 

 

Em uma reunião com amigos em sua casa, em Florianopolis, Alegre, despretensiosamente, mostrou a melodia para a cantora e compositora Romy Martinez. "Estávamos conversando e ele me falou sobre a música e achava que tinha muito a ver comigo", lembra a cantora. Do acaso veio uma rica parceria artística.

 

Alegre mostrou a harmonia no violão e foi cantando a melodia. "Fiquei gravando no celular e fui cantarolando junto com ele, ficamos alguns instantes brincando com a música", completa Romy. 

A identificação de Romy com a sonoridade e também com o sentimento da canção "Estrangeiro" foi instantânea. Não apenas por admirar a composições que valorizam a cultura latino-americana, mas também por saber na teoria e na prática como é viver longe do país de origem. 

 

Romy nasceu em Ciudad de Leste, no Paraguai, local onde iniciou seu contato com a música. Entre os anos de 2005 e 2009, mudou-se para Florianópolis para cursar música na UDESC. Nos anos seguintes decidiu bater na porta do mundo novamente e se mudou para Argentina, local onde morou durante os anos de 2011 a 2014. Em 2015 retornou a Florianópolis para passar férias e encontrou o amigo Alegre. 

 

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Fronteira das palavras

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Ao fim da sua temporada em Florianópolis, Romy retornou a Argentina com duas ideias na cabeça: uma era a de que já não se imaginava vivendo em Buenos Aires e a outra eram os primeiros trechos da letra de "Estrangeiro". 

 

O período não poderia ter sido mais oportuno para traduzir em canção o sentimento que a música "Estrangeiro" merecia. A composição que passou tantos anos fechada em uma gaveta  finalmente cruzaria a fronteira das palavras e dos pampas,  no sentido figurado e literal.  

 

O retorno para o Brasil foi feito por terra, durante o trajeto as diferentes paisagens, o ir e vir de pessoas e os momentos do dia eram observados por Romy. "Quando cheguei ao Brasil, percebi que muitos dos elementos que vi enquanto retornava para cá serviriam de inspiração para escrever a canção e retratar o olhar de um estrangeiro", comenta. 

 

Estrangeiro foi escrita em três idiomas, espanhol, português e guarani. A combinação busca intercalar os três idiomas trabalhados no projeto Purahéi, mas também simboliza a mudança de linguagem presente em cada chegada e despedida.

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